A História do Naufrágio Príncipe de Astúrias – Para Mergulhadores

Publicado em: 7 de janeiro de 2021

Em Ilhabela, além de viver uma aventura em terra, é possível se aventurar pelo mar. Um mergulho pela região pode te levar a conhecer um pouco da história dos naufrágios na costa brasileira. A história que vamos contar faz parte da cultura de Ilhabela e é sobre o Naufrágio do Príncipe de Astúrias. Conheça também como chegar até esse grandioso navio que naufragou em 1916. 

O Naufrágio do Príncipe de Astúrias 

O Príncipe de Astúrias foi um transatlântico espanhol que saiu de Barcelona, na Espanha, para a América Latina, com destino à Argentina. Passaria por Las Palmas, Santos, Montevidéu e Buenos Aires. Registros oficiais informam que haviam 654 pessoas a bordo, passageiros e tripulantes, mas acredita-se que imigrantes viajavam clandestinamente, fugindo da Europa, porém não há comprovação.

Além dos passageiros, o navio carregava fios elétricos, vinho português, metais (Estanho, Cobre, Amianto, Zinco) e também 12 estátuas de mármore e bronze que tinham como destino o Monumento dos Espanhóis (La Carta Magna y las Cuatro Regiones Argentinas), acredita-se também que havia 40.000 libras-ouro.

Em 05 de março de 1916, uma forte tempestade e o nevoeiro tirou quase toda a visibilidade no mar. O vento balançava o navio com muita intensidade e ainda de madrugada continuava a chuva. Quando se aproximava da Ilha de São Sebastião (Ilhabela), José Lotina, o capitão de Astúrias exigiu que a marcha reduzisse e que o curso mudasse em direção ao alto-mar.

Alguns passageiros dormiam, outros aproveitavam o som da orquestra com marchas de carnaval no salão de festas do navio. Um relâmpago iluminou toda a noite e mostrou a proximidade que estavam das rochas, a Ponta da Pirabura.

Apesar do capitão ter ordenado força a ré e solicitado que o leme fosse a boreste, o navio já estava muito próximo, batendo na parte submersa da Ponta da Pirabura às 4h15. Uma fenda se abriu no casco, inundando rapidamente a sala de máquinas. Após a explosão das caldeiras, o navio afundou rapidamente levando consigo aproximadamente 445 vidas.

Os corpos do Capitão José Lotina e do primeiro oficial Antônio Salazar Llinas desapareceram. Outros foram lançados para as praias de Ilhabela, dentre elas Castelhanos, e também para a Praia Grande, em Ubatuba. Alguns cadáveres e sobreviventes foram resgatados pelo navio inglês Vega. Apenas 143 pessoas sobreviveram à tragédia. 

Como é o mergulho no local?

O mergulho ao Príncipe de Astúrias deve ser realizado por mergulhadores experientes. O bom tempo e técnicas avançadas são alguns dos requisitos para seguir até o local onde está o transatlântico. Até atingir a parte onde estão localizados os destroços é uma longa viagem, sem contar com o mar agitado e os ventos.

Já no local do mergulho as águas são escuras, com visibilidade média de 3 metros, o que causa desorientação e dificuldade para se movimentar por conta dos destroços. Os destroços estão de 15 metros até próximo dos 50 metros e é necessário ter muito cuidado durante a exploração. O navio está quase que paralelo ao costão e bem desmontado por conta das explosões do naufrágio.

O que achou da história do Príncipe de Astúrias? Desbravar o mar procurando o príncipe é bem difícil, mas não faltam opções de locais para mergulho em Ilhabela, indicados para mergulhadores iniciantes e profissionais. Não perca este maravilhoso destino do litoral norte de São Paulo!

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